"As Janelas Douradas"
Olá
Muitas vezes andamos tão desfocados na nossa vida, tão inconscientes e descrentes no nosso próprio valor, tão cegos pelo medo, pela depressão e pelas contrariedades, que nos convencemos de que não merecemos a abundância e felicidade que observamos na vida dos outros e conformamo-nos com essa ideia, encolhendo-nos desgostosos e vítimas, no nosso canto, desistindo.
Esquecemo-nos que também nós somos preciosos, únicos, valiosos, capazes e merecedores e que todas essas qualidades nos são inerentes, fazem parte da nossa “casa” interna.
Deixamo-nos tomar pela inveja, achando que só os outros têm tudo, esquecendo-nos de olhar para dentro (in-veja) onde está o nosso poder de realização.
Toda a gente tem problemas.
Acontece que uns, responsabilizam Deus e o mundo, sentindo-se desalentados e vítimas; outros escolhem olhar para os problemas como desafios e oportunidades de aprendizagem e crescimento e colocam, nesse percurso, o melhor de si mesmos…
Hoje trago-te uma história para meditares
“As Janelas Douradas”
O menino trabalhava arduamente durante todo o dia, no campo, no estábulo e no armazém, pois
os pais eram fazendeiros pobres e não podiam pagar a um ajudante. Mas, quando o sol se punha, o pai
deixava-lhe aquela hora só para ele. O menino subia ao alto de um morro e ficava a olhar para um
outro morro, alguns quilómetros ao longe. Nesse morro distante, via uma casa com janelas de ouro
resplandecente e de diamantes. As janelas brilhavam e reluziam tanto que ele era obrigado a piscar os
olhos. Mas, pouco depois, ao que parecia, as pessoas da casa fechavam as janelas por fora, e então a
casa ficava igual a qualquer casa comum de fazenda. O menino achava que faziam isso por ser hora de
jantar; então voltava para casa, jantava e ia deitar-se. Um dia, o pai do menino chamou-o e disse-lhe:
— Tens sido um bom menino e ganhaste um dia livre. Tira esse dia para ti; mas lembra-te de
que Deus o deu, e tenta usá-lo para aprenderes alguma coisa boa.
O menino agradeceu ao pai e beijou a mãe. Em seguida partiu, tomando a direcção da casa de
janelas douradas.
Foi uma caminhada agradável. Os pés descalços deixavam marcas na poeira branca e, quando
olhava para trás, parecia que as pegadas o seguiam, fazendo-lhe companhia. A sombra também
caminhava ao seu lado, dançando e correndo, tal como ele. Era muito divertido.
Passado um longo tempo, chegou ao morro verde e alto. Quando subiu ao topo, lá estava a casa.
Mas parecia que haviam fechado as janelas, pois ele não viu nada de dourado. Aproximou-se e sentiu
vontade de chorar, porque as janelas eram de vidro comum, iguais a qualquer outra, sem nada que
fizesse lembrar o ouro.
Uma mulher chegou à porta e olhou carinhosamente para o menino, perguntando o que ele
queria.
— Eu vi as janelas de ouro lá do nosso morro — disse ele — e vim de propósito para as ver de
perto, mas agora elas são só de vidro!
A mulher meneou a cabeça e riu-se.
— Nós somos fazendeiros pobres — disse — e não poderíamos ter janelas de ouro. E o vidro é
muito melhor para se ver através dele!
Convidou o menino a sentar-se no largo degrau de pedra e trouxe-lhe um copo de leite e uma
fatia de bolo, dizendo-lhe que descansasse. Chamou então a filha, que era da idade do menino; dirigiu
aos dois um aceno afectuoso de cabeça e voltou aos seus afazeres.
A menina estava descalça como ele e usava um vestido de algodão castanho, mas os cabelos
eram dourados como as janelas que ele tinha visto e os olhos eram azuis como o céu ao meio-dia. Ela
passeou com o menino pela fazenda e mostrou-lhe o seu bezerro preto com uma estrela branca na
testa; ele falou do bezerro que tinha em casa, e que era castanho-avermelhado com as quatro patas
brancas. Depois de terem comido juntos uma maçã, e se terem assim tornado amigos, ele fez-lhe
perguntas sobre as janelas douradas. A menina confirmou, dizendo que sabia tudo sobre elas, mas que ele se tinha enganado na casa.
— Vieste numa direcção completamente errada! — exclamou ela. — Vem comigo, vou-te
mostrar a casa de janelas douradas, para ficares a saber onde fica.
Foram para um outeiro que se erguia atrás da casa, e, no caminho, a menina contou que as
janelas de ouro só podiam ser vistas a uma certa hora, perto do pôr-do-sol.
— Eu sei, é isso mesmo! — confirmou o menino.
No cimo do outeiro, a menina virou-se e apontou: lá longe, num morro distante, havia uma casa
com janelas de ouro resplandecente e de diamantes, exactamente como ele tinha visto. E quando olhou
bem, o menino viu que era a sua própria casa!
Apressou-se então a dizer à menina que precisava de se ir embora. Deu-lhe a sua melhor
pedrinha, a branca com uma lista vermelha, que trazia há um ano no bolso. Ela deu-lhe três castanhas-
-da-índia: uma vermelha acetinada, outra pintada e outra branca como leite. Ele deu-lhe um beijo e
prometeu voltar, mas não contou o que descobrira. Desceu o morro, enquanto a menina ficava a vê-lo
afastar–se, na luz do sol poente.
O caminho de volta era longo e já estava escuro quando chegou à casa dos pais. Mas o lampião
e a lareira luziam através das janelas, tornando-as quase tão brilhantes como as vira do outeiro.
Quando abriu a porta, a mãe veio beijá-lo e a irmãzinha correu a pendurar-se-lhe ao pescoço; sentado
perto da lareira, o pai levantou os olhos e sorriu.
— Tiveste um bom dia? — perguntou a mãe.
— Sim! — o menino passara um dia óptimo.
— E aprendeste alguma coisa? — perguntou o pai.
— Sim! — disse o menino. — Aprendi que a nossa casa tem janelas de ouro e de diamantes.
William J. Bennett
E Tu? Vais continuar a acreditar a achar que só as janelas dos outros é que são douradas?
Ou vais, de uma vez por todas
ABRIR AS TUAS PRÓPRIAS JANELAS?
SE OS OUTROS CONSEGUEM, TU TAMBÉM CONSEGUES!